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Biosolvit - Biomassa por um meio ambiente melhor

O acaso, uma boa dose de visão e muita persistência transformaram inquietações em um negócio inovador




Você sabia que 97% da palmeira de onde é retirada o palmito é descartado? Guilhermo Queiroz, fundador da Biosolvit, empresa vencedora do Latam Edge Award 22 na categoria Biotech, também não sabia disso até 2013 quando percebeu que toneladas de biomassa eram descartadas de uma empresa de produção de palmito que visitouna época.


Do inconformismo em não deixar que um material tão nobre tivesse um uso tão pobre, nasceu a ideia de aproveitar os "resíduos" e transformá-lo em xaxins feitos de fibra vegetal que passaram a ser comercializados em grandes lojas do varejo para a casa.


Só que isso não era suficiente. Em 2017, Guilhermo queria descobrir utilizações mais nobres para a biomassa que produzia. E foi assim que, em visitas ao Centro Universitário de Volta Redonda, ele conheceu um pesquisador que estava desenvolvendo um produto usando a mesma biomassa descartada após uma colheita do palmito com o objetivo de absorver vazamentos de petróleo com muita eficiência. O pesquisador virou sócio da empresa e foi aí que surgiu a Biosolvit.


"Começamos a participar de pitches internacionais. O primeiro pitch foi em Paris onde apresentamos nossa solução no StartOut Brasil”..

A Total Petrolífera gostou do produto e pediu para testar no Instituto Cedre na França, e o produto foi considerado o absorvedor de petróleo mais eficiente do mundo. Além dele ser mais rápido e eficiente ele permite o reaproveitamento do óleo reduzindo os custos de remediação” conta Guilhermo.


De Barra Mansa, pequena cidade no Sudeste do Estado do Rio de Janeiro, a empresa começou a atender grandes indústrias de petróleo, mineração, redes de postos de gasolina, empresas de energia, entre outras. "O biopolimero, absorvedor de petróleo que passou a ser o carro chefe da linha Bioblue Ecofast, fez com que o Biosolvit, em apenas 3 anos, optou por adquirir uma empresa de distribuição do produto para expandir seu crescimento. "Hoje somos 27 vezes maiores fazer isso em 2019. Crescemos a uma taxa de 3 vezes ao ano. Este ano devemos chegar ao faturamento de U$ 3 milhões", conta ele.

E a coisa não é para por aí. A empresa fez uma parceria com outra startup para desenvolver a solução Biogreen Agro, um biofertilizante que revigora os nutrientes do solo recuperando a produtividade do trabalho.

Outra linha de negócios é a de adubo mineral orgânico composto pela solubilização de rochas por liberação de potássio e fósforo e nitrogênio mais o biofertilizante e a biomassa da palmeira. Juntos eles formam um biocomposto que recupera a terra.


Outro produto que a Biosolvit está sendo desenvolvido nasceu a partir da descoberta de que além de absorver petróleo, a biomassa ele consegue absorver os hidrocarbonetos, que são elementos cancerígenos, com 99,7% de eficácia.


"Tratamento de água é um grande desafio da Humanidade para os próximos anos e por isso estamos trabalhando no desenvolvimento de filmes para o tratamento de água em sistemas de filtração de indústrias e nas residências" comenta Guilhermo.


Aprendizados e marcha para a frente


"Hoje a venda de xaxins, que compõem a linha BioGreen Home que foi o início de tudo, representa muito pouco do nosso faturamento. Esta linha tem uma outra dinâmica. Depende do consumidor final. "Começar a vender no varejinho, ao invés das grandes redes de autoserviço, atrasou nosso processo de expansão. O varejo é um bicho diferente e uma série de pequenos erros fez com que esta linha andasse mais devagar”conta Guilhermo.

Esses produtos são hoje comercializados em 15 estados brasileiros através de grandes lojas do varejo.

A Bio Green Agro, também está em pleno desenvolvimento das soluções para agricultura. As demais linhas, BioBlue Response - linha de absorção e conteúdo para petróleo e derivados - e BioBlue Treament - para o tratamento de águas - esta última ainda na fase de testes, andam de vento em popa.

Além das linhas de produtos, a Biosolvit achou que havia chegado o momento de criar o BioCollab, cuja função é a de controlar os projetos de inovação da empresa. Ele ainda está no primeiro estágio. A próxima etapa permitirá que alunos de mestrado e doutorado possam mostrar suas teses para esta divisão e passarem a ser investidos e associados da empresa.

"Queremos mudar a história da pesquisa de base no Brasil. Grandes idéias morrem nas estantes das universidades . Há também aqueles que criam uma empresa de um produto só. O que queremos é ser a grande estratégia de inovação no Brasil. Vamos pegar projetos de ciência de base e gerenciamento destes projetos, garantindo o Go to Market essas idéias. Queremos que os inventores, criadores tenham co-participação e estejam conosco no crescimento desses negócios" diz Guilhermo.


Conselhos para quem começa a empreender


Guilhermo tem muita cautela nos negócios quando se trata da governança e do controle. "Ter um modelo de governança bem estruturado fundamental. Temos aqui um modelo bastante maduro para o nosso tamanho e queremos aprimorá-lo cada vez mais" comenta ele dizendo que os Conselheiros precisam ter visão crítica e aportar sugestões sem ter medo. Outra coisa importante é colocar a energia no que é mais importante para crescer organizado. Preste atenção no CapTable. “Fizemos duas captações no mercado e os sócios fundadores ainda têm 75,2% do capital. E, para isso é preciso ter regras de governança muito bem estruturadas”.

Biosolvit para o mundo

A conexão da empresa com mercados externos teve início com duas parcerias: uma nos Estados Unidos e outra na Europa. Guilhermo quer que os produtos sejam adquiridos a partir de parceiros locais dos quais a empresa é associada como é o caso da TechnoFink, nos Estados Unidos para o mercado de Oil&Gas. A Inglaterra é outro mercado para o que a empresa aponta.

Quanto ao futuro próximo (2 anos) o empresário informa que quer ter uma operação consolidada do ponto de vista ambiental, com uma operação de tratamento de águas ganhando escala, uma operação de produtos para jardinagem expandindo e a BioGreen Agro avançando.

Para o BioCollab, a expectativa é de 40 a 50 projetos avançando.

E isso é apenas o começo.



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